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alexandre sato [oitentaedois]
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qual foi o primeiro contato com publicações de artista?

acho que foi na faculdade, na graduação de arquitetura e urbanismo em são paulo.

 

quando e como começou a publicar?

em 2008, segundo ano da faculdade (fauusp), eu (alexandre), o bruno (que também é da oitentaedois) e outros alunos da arquitetura ressuscitamos o antigo núcleo de quadrinhos, a revista cogumelo. aí começamos a fazer reuniões semanais pra falar e fazer quadrinhos.

 

falem sobre a oitentaedois.

somos arquitetos e designers todos da mesma faculdade. nos conhecemos nesse núcleo de quadrinhos. uma parte da oitentaedois morava em uma república que acabou virando um ponto de encontro de trabalho e festa, essa república ficava no apartamento 82 de um prédio na consolação, daí o nosso nome. começamos fazendo trabalhos autorais juntos, começamos a pegar alguns freelas juntos e hoje somos uma empresa de design e comunicação. nunca deixamos de fazer coisas autorais (sem demanda comercial) e entramos no circuito de publicações independentes para nos conectarmos com outros artistas e autoras e também para dar algum finalidade aos nossos impressos. esse aspecto autoral sempre nos ajudou em diversos aspectos que nem imaginávamos no início; na parte comercial da oitentaedois, nos ajudou como diferencial competitivo; na parte criativa, nos ajudou como um espaço de laboratório, como espaço para experimentar novas linguagens e depois aplicá-las com mais segurança em trabalhos comerciais, seja em publicações, impressos ou vídeo; além disso, os trabalhos autorais nos permitiram testar novas dinâmicas de trabalho e nos conectar com outras pessoas fora do ambiente comercial da oitentaedois.

 

como vocês pensam na circulação das publicações?

pensamos mais na circulação das publicações como encontro de pessoas. o que eu mais valorizo é o encontro das pessoas nos eventos, eles funcionam como um ritual. acho muito importante as pessoas irem ao mesmo evento, todas ao mesmo tempo, todas no mesmo espaço, disponibilizando o tempo e a atenção delas para outros artistas e principalmente pras pessoas fora desse círculo e que visitam as feiras. ver tudo isso acontecendo ao mesmo tempo bem na frente delas.

nesses tempos de “transformação digital” onde tudo pode estar o tempo todo e em qualquer lugar “no digital”, é muito emocionante mesmo ver que várias dezenas de pessoas escolheram sair de casa pra se encontrar, pra ler livros e ver imagens. e pessoalmente o que eu guardo com mais carinho foi conhecer gente nova e o carinho que fica a partir dessas feiras, as viagens que fiz aí pra florianópolis e pra outras cidades, ser recebido aí por vocês da flamboiã e conhecer várias pessoas que eu jamais conheceria se não fossem esses livros.

 

por que publicar?

pra circular ideias. ideias que circulam e ideias que se espalham mudam culturas. no mundo que a gente tá, nada é mais importante do que mudar culturas. o bagulho é urgente.

 

 

conheça a oitentaedois:
oitentaedois.com

instagram.com/coletivo.oitentaedois

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